5 de abr. de 2011

Mais uma volta em torno do sol!

Minha intenção nessa carta não é ficar lhe descrevendo votos e vontades. Quero, antes de qualquer coisa, agradecer o carinho como você me acolheu. Incrível! Não me refiro a apenas na Xxxxx, na sua equipe, mas como me acolheu na sua vida. Não te considero somente como chefe, tenho você como algo bem maior e que quero cultivar para ficar lindo e nutrido!
Você é simples, clara, objetiva, sincera, aberta a tudo e a todos. TRANSPARENTE! É essa a palavra que te define de uma forma encantadora! É lindo como você se abre para as pessoas e as torna parte do seu mundo. Admiro essa sua característica a ponto de me forçar a querer ser assim também. Vou aprendendo um baú de coisas com você, com seu jeito, com o seu gênio, com o seu coração. Desde como ser mais autoconfiante, batalhadora e principalmente a ser um pouco mais independente! Obrigada por, nos dias em que minha motivação estava arrastando na lama, você ter sido compreensiva e segurado minha onda...
Admiro sua garra, sua energia é muito boa, já deve ter ouvido isso. Você é uma pessoa agradável de ter como companhia e por isso agradeço por ter tido a oportunidade de trabalhar com alguém assim.
Há uma vida inteira pela frente e mesmo que “nessa vida” você tenha alguns anos ou horas, faça dela seu melhor universo. Torne-a algo que te dê orgulho ao contar para seus netinhos!
Quero ter a oportunidade de encontrar mais pessoas como você.


Felicidades!

Escrito em 15/09/2010
"-Porra! - gritou.
Amaranta, que começava a colocar a roupa no báu, pensou que ela tinha sido picada por um escorpião.
- Onde está? - perguntou alarmada.
- O quê?
- O animal! - esclareceu Amaranta.
Ursula pôs o dedo no coração.
- Aqui - disse."


Gabriel Garcia Márquez, em 'Cem Anos De Solidão'

3 de abr. de 2011

Se puder sem medo

"Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia
Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava"

Oswaldo Montenegro