9 de ago. de 2010

"A lanterna" - Dia dos Pais 2010

Ele segurava a lanterna, iluminava o caminho pra o deixar seguro durante a viagem. De vez em quando ele sumia, como criança ao se distrair com algum barulho no meio da estrada. Mas ela seguia a luz da lanterna e sempre o achava.
Até que, num determinado momento, eles se perderam, e ela achou lanterna caída no chão. Quando não ouviu mais sua voz, nem os seus passos, ela apontou a lanterna acesa para todas as direções. Procurou, gritou por ele. Nada. Sentou-se à beira da estrada e chorou, como chorou. Desligou a lanterna e ouviu o silêncio gritando, as cores do escuro cegando seu pensamento. E adormeceu, exausta. Quando acordou, já era dia e a estrada parecia diferente. De que adiantava a lanterna se ela não sabia mais para onde seguir?! Ela ainda pensava sobre isso quando o avistou de novo. O viu lá do alto, com uma luz que brilhava forte. Sentiu seu coração batendo mudo. Não tinha o que dizer, nem para onde apontar...
O caminho dela continua sendo iluminado por ele, lá do alto... Mas agora ela precisa aprender a andar sozinha.

Maria Antonieta Figueiredo