“Você
passava rápido e fazia vento perto de mim, movia alguns fios de cabelo por
fora, mais mexia com tudo por dentro...”
Eu ensaiava pra te dizer, mas não foi me dado tempo. Me
despi de todo meu orgulho na busca do “por quê”, mas você nem
se deu ao trabalho de lutar contra o seu próprio. E isso foi um propósito
sacana seu. Talvez porque você não queria demonstrar seu lado "fraco", por
não ter sido só uma “diversão”, como você havia planejado...
AAAHHH! Então você fez planos?!
Bom por um lado e péssimo pelo outro: Bom por você de alguma
forma se preocupar com o estado em que "nós" nos encontrávamos, e péssimo
simplesmente por você invariavelmente acabar destruindo o pouco que
construíamos nos dias que eu chamei de “nossos”, com um ar esnobe,
sempre.
A gente foi se levando, como em uma dança de tango: tínhamos
o nosso próprio balanço, nosso próprio ritmo e sintonia, no qual íamos derrubando um ao outro por trás, e
fingindo nos levantarmos pela frente, só pra recomeçar.
E talvez seja por isso que tenha sido (como você!!!) lindo,
único, doce, clássico, intenso, original, INCOMUM, inesquecível, ter sido meu e seu, desse
jeito tão secreto. Assistido por todos que quiseram vê-lo, antes de se quer ter
existido... E por todos os que quiseram ver o nosso fim, antes mesmo de termos
começado...
“Eu
não me arrependo de você
Ce
não devia me maldizer assim
fiz
você crescer
vi
cê me fazer crescer também
Pra
além de mim...”
Cê - Caetano Veloso
Maria Antonieta Figueiredo