"Me perdoe pelos meus mil anos à frente dos nossos segundos e pela
saudade melancólica que eu senti o tempo todo mesmo sendo nossos
primeiros momentos juntos. Pelo retesamento na hora de entregar. Pela maneira
como eu grito e culpo quem tiver perto por uma angustia que sempre foi e
será só minha, e que eu sempre suporto, mas quando sinto amor fico
achando que posso distribuí-la um pouco, mesmo sabendo que é fatal. Me
desculpe por eu ter querido tanto ficar bonita e só ter
conseguido olheiras. Me perdoe pelas vezes que de tanto querer
leveza acabei pesando a mão. De tanto querer sentir, pensei sobre como
estava sentindo, e perdi o sentimento. Ou senti sem pensar...
Se você pudesse me ver agora,
você me diria tantas coisas horríveis de novo?
Você vai embora e eu vou voltar para as minhas manhãs que
eu odeio. Vou voltar para aqueles e-mails chatos de pessoas que
eu não gosto mas que pagam minha vida [sem você]. E ficar me perguntando
de novo para quem mesmo eu tenho que ser porque só tem graça ser para
alguém.
E que se foda o amor próprio!
Você me disse e me olhou de formas terríveis mas o que sobrou colado
em cada parte de mim é a maneira como você sorri [levantando
que nem criança o lábio superior direito] e como eu
ainda gosto de você [por
isso e por tudo] mesmo quando é ruim, sempre quando é incrível, e ainda,
e muito e por um bom tempo..."
Nenhum comentário:
Postar um comentário